Thursday, April 27, 2023

CARLOS DE PAULA LAUNCHES NEW BOOK CELEBRATING THE 100 YEARS OF 24 HOURS OF LE MANS

 Author Carlos de Paula, known for his historical auto racing books, has launched a new book, the "24 Hours of Le Mans Curiosities", which is available in most Amazon shops worldwide. 

The 279-page book contains year-by-year milestones of the great race, including details on drivers, constructors, regulations, track changes, basic statistics, nationalities represented, debuting marques, plus curious details that may be overlooked even by the most knowledgeable racing enthusiast. It is meant to be a fun book, offered at a lower cost than most 24 Hours of Le Mans books. 

                         Carlos de Paula has authored several auto racing books since 2018.

The book is selling well in several markets besides the United States, such as UK, Germany, France, Canada, Spain, Australia. Because the book is sold in non-English speaking countries, it is written in simple English. 

The Le Mans book follows the successful Formula 1 Curiosities series that took Amazon by storm in 2022. Volume 2 of Formula 1 Curiosities is being prepared and should be released by August, 2023. 



The link to acquire the book in amazon is 24 Hours of Le Mans Curiosities: From 1923 to the present: De Paula, Carlos: 9798389789531: Amazon.com: Books

Note that the book is not available in regular bookstores. 

Wednesday, March 27, 2013

BRASILEIROS NO EXTERIOR, 1971, Europeu 2 Litros





Wilson Fittipaldi Junior fez algumas excursões em corridas de Protótipos 2 Litros durante 1971. No campeonato europeu de 2 litros, Wilson pilotou um Abarth de fábrica em Hockeinheim, sem terminar a corrida. Também compartilhou um Chevron B19 da equipe DART com o inglês John Miles na tradicional 500 km de Nurburgring, terminando em oitavo. No campeonato britânico de carros esporte, em Brands Hatch, Wilson terminou em 10o com um Chevron da DART, mas pelo menos fez a volta mais rápida do dia.

Wilson nunca voltou a participar nesses campeonatos.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami 

Brasileiros e os carros esporte em 1971



As corridas de carros esporte tinham muito prestígio no início dos anos 70, quase o mesmo status da Fórmula 1. Entretanto, pilotos brasileiros raramente participaram de corridas de carros esporte no exterior durante essa década. No entanto, se a excursão de Emerson Fittipaldi aos 1000 km de Buenos Aires, em 1971 tivesse sido bem sucedida, quem sabe a história fosse diferente.

Emerson foi contratado pela Equipe Autodelta para correr numa das suas Alfa Romeo T33 em dupla com o holandês Toine Hezemans. Infelizmente, a Alfa teve um acidente nos treinos e Emerson ficou na mão. Acabou sendo contratado pelo ex-rival, Alex Soler Roig, para conduzir o Porsche 917 do espanhol ao lado da estrela argentina Carlos Reutemann. Embora o Porsche 917 fosse indiscutivelmente o carro da hora, o bólido de Soler-Roig era de segunda linha, e a dupla sul-americana não impressionou durante a corrida. As falhas na prova podem ter influenciado as decisões futuras de Emerson sobre os carros esporte, pois desencanou geral.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami

Brasileiros na F2, 1971




Embora o desempenho de Pace no Europeu de Fórmula 2 fosse desanimador, conseguiu vencer uma corrida extra-campeonato, em Imola. A corrida não atraiu uma lista de inscritos de peso, apesar de François Cevert, Emerson Fittipaldi e Dieter Quester, todos corredores de ponta no Campeonato de F2, estarem na prova. Cevert venceu a primeira bateria num Tecno, seguido de Wilson Fittipaldi, que terminou muito bem na sua bateria (2o.), seguido de Quester e Pace. Mas foram os dois brasileiros que lutaram pela liderança no início da bateria. Na segunda bateria Wilson pulou à frente de Pace, mas no final desta o líder era Pace, que ganhou a corrida na geral, já que nenhum dos corredores de primeira concluiu ambas as baterias. A corrida foi importante para Pace, porque o pessoal da Ferrari assistiu e ficou suficientemente impressionado para convidá-lo para uma visitinha a Maranello.

Havia muitas corridas extra-campeonato de Fórmula 2 em 1971, e os três brasileiros participaram do Troféu Rothman's International, abandonando apesar da boa posição na largada. Em Kinnekule, Suécia Pace terminou em 12 º, e os irmãos Fittipaldi abandonaram.
Em Tulln-Langelebarn evento do Campeonato Europeu, Wilson Fittipaldi terminou em quarto, aumentando ainda mais a sua pontuação no campeonato. Pace também estava presente, mas foi o último classificado, com problemas no motor. Choveu muito na criticada pista improvisada, e Wilson terminou em quinto e quarto lugares, durante as eliminatórias, em outra corrida vencida por Ronnie Peterson.

A última vitória de Emerson na Fórmula 2 europeia, naquele ano, ocorreu em Albi. Emerson largou em 7 º lugar, e logo foi subindo até chegar ao quarto lugar. Seu irmão Wilson, que largou em terceiro e lutou pelo segundo lugar com Cevert por um tempo, foi ultrapassado por Emerson, que acabou herdando o primeiro lugar de Ronnie Peterson, que teve que parar nos pits. Emerson ganhou a prova um minuto de vantagem de Carlos Reutemann, que foi seguido por Jarier, Migault, Hill e Peterson. Wilson Fittipaldi abandonou na 19a. volta. Jose Carlos Pace não classificou o March de Frank Williams para a corrida.

Wilson Fittipaldi terminou em terceiro lugar numa prova extra-campeonato realizada em Hockenheim no mesmo dia do GP dos EUA.

Emerson venceu a primeira bateria na primeira corrida de Vallelunga, válida para o campeonato, mas depois abandonou na segunda bateria. Então, ambos de Emerson e Wilson lideraram novamente uma prova de F2, na última corrida do Campeonato Europeu de F2, também em Vallelunga, Roma. Infelizmente os dois irmãos abandonaram, terminando a temporada numa nota amarga. Wilson Fittipaldi Junior foi o único brasileiro a pontuar no Campeonato de F2 de 1971, obtendo um total de 16 pontos, que o colocaram em sexto na classificação final. Emerson já era piloto graduado da FIA, e não podia marcar pontos no Europeu de F2.

A última corrida de Fórmula 2 do ano foi em Córdoba, uma continuação da Temporada brasileira, realizada na Argentina. Os pilotos brasileiros José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi lideraram a corrida durante o evento, e Pace eventualmente terminou a primeira bateria em terceiro lugar. No final, o melhor piloto brasileiro foi Luiz Pereira Bueno, que terminou em quinto na frente de Spartaco Dini. A corrida foi ganha por Tim Schenken, seguido de Reutemann, Ruesch e Westbury. Bueno foi também o melhor piloto com outro carro que não fosse Brabham, pois pilotou um March.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami

Friday, March 8, 2013

O sucesso duplo do qual pouco se fala

No final de década de 90, início do milênio, apesar do fraco desempenho na Fórmula 1, pilotos do país acumularam dezenas de titulos na Europa, Estados Unidos e Ásia, em uma estonteante gama de categorias. Houve anos em que o número de vitórias brasileiras em corridas no exterior chegava perto de cem, e parecia que mais cedo ou mais tarde, surgiria um campeão mundial de F-1 daquela geração.

Na realidade, não surgiu. Felipe Massa chegou perto, ficou a uns poucos minutos de se sagrar campeão em 2008, porém, não tivemos o sucesso esperado na Fórmula 1, e até mesmo as vitórias em outras categorias minguaram nos últimos anos.

Em 1978, o número de pilotos brasileiros correndo no exterior era pequeno, porém, Nelson Piquet conseguira o terceiro título brasileiro no inglês de  Fórmula 3, indicando um bom futuro, que eventualmente se concretizou.

Existe um sucesso de piloto brasileiro no exterior do qual pouco se fala, que tem diversos ângulos especiais. Não se tratava de corridas na Europa e Estados Unidos, nem tampouco com a participação de pilotos já famosos, ou futuramente famosos, porém isto não desmerece o resultado.

O piloto em questão ganhou nada menos do dois títulos internacionais na Argentina, naquele ano de 1978, e ainda por cima, com carros brasileiros! Trata-se de Valdir Favarin, que foi também vice-campeão brasileiro de Divisão 4 em 1974 e 1975. Os carros usados por Valdir não poderiam ser mais diferentes - o mesmo Manta-Chrysler usado pelo cascavelense nas suas últimas campanhas na D4 e um Fiat 147, com mais ou menos um quinto da cilindrada do protótipo.

As conquistas do paranaense ocorreram no Estado fronteiriço de Misiones, que fica na extremidade nordeste da Argentina,e faz divisa com o Brasil. Favarin não foi o único parananese a participar daquele campeonato, e de fato, já havia uma tradição de participações de pilotos paranaenses nos vizinhos Paraguai e Argentina, no mesmo molde em que  gaúchos frequentemente cruzavam as fronteiras e participavam de corridas no Uruguai.

O Manta Chrysler participava da categoria Força Libre, que incluía, entre outros, carreteras antigas, Opalas brasileiros, Ford Falcon argentinos e outros protótipos. Entre os brasileiros que também participaram do certame estavam Olicio dos Santos e Mauro Luis Turcatel.

Na Força Libre, Valdir teve cinco vitórias, fez 7 poles e teve um segundo lugar. Na categoria Fiat 1300, a competição foi mais forte, até porque Valdir contava com um carro de somente 1050cc. Pneus slick de Fórmula Ford a pistões argentinos ajudaram o piloto a ganhar quatro corridas, e dois títulos internacionais no mesmo ano.

As corridas foram realizadas em 7 autódromos diferentes, como Posadas, Aristobolo del Valle e Eldorado, e não contente, Valdir continuou voltando às pistas da Província, tornando-se campeão mais uma vez na Força Libre em 1979. Valdir era bastante popular no meio, e foi convidado a continuar participando dos campeonatos pelo presidente do Automóvel Clube de Misiones.

  Favarin e o Manta campeão. Ainda na ativa e competitivo em 1978.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami


 

Tuesday, March 5, 2013

O auge da Pygmeé

 

Desde que os pilotos brasileiros começaram a tentar a sorte na Europa de uma forma mais metódica, em 1968, muitas são as histórias de sucesso, traduzidas em muitas centenas de vitórias em corridas e campeonatos, em todos os continentes, inclusive oito títulos mundiais de F-1. Entre as diversas histórias maravilhosas existem também centenas de histórias com final ruim. Em alguns casos, muita lábia de desesperados fez desaparecer milhares e milhares de dólares de pilotos mal assessorados ou hiper-otimistas, em outros casos, houve muito azar, e em outros ainda, muita enganação maliciosa.

Destes últimos casos, um mundo povoado de nebulosos assessores, intermediários, empresários e donos de equipe desonestos, pouco se ouve falar na Internet, até por que o estelionatário nem sempre é um sujeito calmo, que deixa de recorrer às armas para prevalecer seus pontos de vista e livrar-se da cadeia. Sem contar que são muito bem assessorados por espertíssimos advogados e bem redigidos contratos, e não se furtam de usar os tribunais para se defender contra possíveis "difamações".
Na forma mais comum de engano, os brasileiros procuram equipes que julgam ser boas, com sacos de dinheiro obtidos a muito custo dos patrocinadores tupiniquins, e muitas vezes fazem escolhas nada sábias.

Exatamente por que José Carlos Pace e Lian Duarte levaram seu patrocínio para a equipe Pygmée em 1972, não se sabe. A equipe já existia há alguns anos, e de fato, foi ela que deu uma pequena oportunidade para Wilson Fittipaldi Jr, na F-3 em 1966. Em 1972 a equipe de Marius dal Bo já estava há muitos anos na F2, sem nunca demonstrar sinal de competitividade.

Quanto a Pace, teve uma temporada difícil em 1971, após tornar-se campeão de um dos torneios ingleses de F3 em 1970. Ainda assim, conseguiu vencer uma corrida de F-2 extra-campeonato, em Imola, e terminou o ano como piloto de Frank Williams, que poderia, e de fato, lhe garantiu um lugar na F-1.

Voltando à Pygmee, não existia nada que indicasse que o MDB17 seria competitivo em 1972. Seja como for, Pace, Lian e o patrocínio do Banco Português do Brasil levaram suas trouxas para a simpática equipe francesa.

Por pouco a decisão de Pace não se torna uma tacada de gênio. Foi em Thruxton, na Inglaterra, na segunda prova do Campeonato Europeu de 1972.

Cabe aqui um parenteses, para os que não sabem. Naquela época muitos pilotos ativos de F-1 corriam na F-2, e de fato, havia diversos destes na pista inglesa, inclusive o vice-campeão mundial de 1971, Ronnie Peterson, o terceiro da F-1 em 1971, Francois Cevert, e os ex-campeões mundiais John Surtees e Graham Hill.

A corrida seria a estréia de Moco e Lian na nova equipe, e havia carros suficientes para exigir a realização de duas baterias classificatórias. Pace e Lian participariam da primeira bateria. Pace mostrou o seu excepcional talento, colocando o Pygmee na primeira fila da bateria, que reunia dois futuros campeões mundiais, Niki Lauda e Jody Scheckter, além do ex-campeão Surtees. Moco ficou um pouco atrasado na largada, caindo para segundo, mas logo partiu para cima do escocês Gerry Birrel, ultrapassando-o e liderando sua primeira corrida na nova equipe. Na metade da bateria Moco já tinha uma diferença de 12 segundos sobre Lauda, piloto oficial da March, mas infelizmente o conto de fadas terminou a cinco voltas do final. Problemas no motor acabaram com as aspirações de Pace na bateria, e para piorar, teve problemas de alimentação, sendo forçado a empurrar o carro para receber a bandeirada. Para Lian a bateria terminou em abandono por problemas elétricos, mas o brasileiro unca esteve entre os primeiros.

Os brasileiros na Pygmeé - lição sobre como jogar bastante dinheiro fora

Para a Pygmee restava torcer pelo filho do dono da equipe, Patrick Dal Bo, que acabou tendo uma atuação um tanto apagada na sua bateria, a segunda, chegando somente em oitavo.
A final, na realidade acabou reunindo os carros da eliminatória com capacidade de largar naquela bateria, dando outra chance aos dois brasileiros da Pygmee. Entretanto, os dois se envolveram num acidente com Tom Belso, e não terminaram a primeira volta.

Quanto a Dal Bo, embora tenha largado atrás, foi subindo de posição, com os muitos abandonos, e quando foi dada a bandeirada, estava em quarto lugar, atrás de Peterson e Cevert, ambos pilotos graduados que não pontuavam, e Niki Lauda. Assim dal Bo conseguiu os seis pontos do segundo lugar, a melhor colocação da Pygmee em toda sua história na F-2!!! É bem verdade que só dois outros carros terminaram a prova, mas também é verdade que Dal Bo estava em terceiro lugar no campeonato europeu!

É possível que Pace e Lian tenham se entusiasmado com a boa atuação do 'Le chef', alegrando-se que a sua decisão fora certa, mas infelizmente, a Pygmee nunca mais esteve competitiva, e antes da temporada terminar, Pace já tinha ido para a Surtees e Lian para casa.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami

Monday, March 4, 2013

O também misterioso Marcelo Audra



Duas coisas são certas e adequadamente documentadas sobre Marcelo Audra - é um piloto brasileiro e correu nos Estados Unidos nos anos 70. Infelizmente, o único resultado de corrida nos EUA no qual o piloto aparece, que não pode ser contestado, é uma participação nas 3 Horas de Daytona de 1973, na qual correu com Camaro, e abandonou. A corrida era da nascente categoria IMSA.

Muito se diz sobre participações de Audra na NASCAR, em corridas na Carolina do Sul. A possibilidade é plausível, visto que já na época, a NASCAR era bastante segmentada. Muita gente pode pensar que a NASCAR só administra a Sprint Cup, a Grand National e a série de Pickups, mas a realidade é que já nos anos 70, a NASCAR organizava miríades de campeonatos regionais nos Estados Unidos, geralmente concentrados em speedways, para Stockcars e Modifieds.

Saiu uma notinha numa revista Auto Esporte de 1971 que deve ser rigorosamente contestada. A nota diz que enquanto diversos pilotos brasileiros faziam sucesso na Europa, Marcelo Audra participava da série Trans-Am e tinha ganho duas corridas do campeonato na California, com um Camaro. A série Trans-Am ainda era muito importante em 1971, embora não estivesse mais no auge. Para ter uma idéia, o campeão naquele ano foi Mark Donohue, com AMC Javelin da Equipe Penske, e o Vice, George Follmer. E foram estes dois pilotos os únicos a ganhar corridas naquele ano. Nem sombra de Audra. De fato, Audra sequer participou da série Trans-Am em 1971. Os mais pacientes e meticulosos podem verificar aqui http://www.ultimateracinghistory.com/racelist.php?year=1971

As comunicações telefônicas internacionais não eram boas em 1971, pondo as piores ligações de celulares no chinelo. Você gritava de um lado, e o fulano não te ouvia do outro. Imagino que tenha havido um honesto erro. O piloto pode ter participado de alguma série local secundária na California, e ganho duas corridas com um Pontiac Trans Am (irmão do Camaro). Numa ligação telefônica informou o feito e do outro lado da linha o interlocutor ouviu que ela ganhou duas corridas da Trans Am com um Camaro. Só posso crer que foi esse o problema.

Portanto, retirem este 'fato' da sua roda de amigos ou participações em forums. Marcelo Audra não ganhou corridas da série Trans Am. Quanto às suas participações em campeonatos regionais da NASCAR na Carolina do Sul, ainda não completei a investigação. Uma coisa é certa, NUNCA correu na série principal da NASCAR. Também podem retirar esta lenda urbana da sua pauta.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo baseado em Miami